O Ensino dos Números e das Operações

implicações para a prática docente

Authors

10.37001/emr.v30i88.4499

Keywords:

Ensino de Matemática, Obstáculos epistemológicos, Numeralização, Letramento

Abstract

A reflexão a respeito do ensino dos números e das operações fundamentais nos leva a estabelecer relações entre o que fazemos e o que pode ser feito, entre a alfabetização e a numeralização/letramento matemático, isto é, redefinindo a própria relação professor-aluno-conhecimento. Aspectos que nos levam a refletir sobre os desafios inerentes ao processo de ensino e aprendizagem dos números e das operações nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nesse sentido, esse trabalho tem como objetivo levantar o que apontam as pesquisas e diretrizes curriculares a respeito do assunto e discutir situações de sala de aula à luz desses estudos, bem como verificar quais são as possibilidades apontadas por educadores, de modo a trazer contributos a respeito do processo de ensino e aprendizagem dos números e das operações. Essa pesquisa, de natureza qualitativa e cunho exploratório, tem como proposta metodológica um levantamento bibliográfico relativo ao tema em questão, assim como a utilização dos princípios da pesquisa-ação. Com base nos dados coletados, concluímos que o ensino de procedimentos algoritmos, realizado de forma mecânica, sem a devida contextualização e compreensão, não corrobora a flexibilidade de pensamento, a análise dos erros, a percepção de diferentes estratégias de cálculo e, por consequência, nem sequer o entendimento de conceitos matemáticos importantes pelas crianças nessa e nas demais etapas de escolarização. Esperamos que esse trabalho abra caminho para que outras pesquisas a respeito dessa temática ocorram, qualificando, assim, as discussões em andamento.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

  • Thiago Samuel de Pinho Cordeiro, Universidade Estadual de Maringá

    Licenciado em Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Desenvolvi pesquisa de iniciação científica focada no cálculo mental e nas operações básicas. Contribuí ativamente em projetos de ensino, incluindo participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e no Residência Pedagógica (RP). Representante discente do Centro de Ciências Exatas (CCE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) na gestão 2022/2023 e Presidente do Centro Acadêmico do Departamento de Matemática (DMA/UEM) na gestão 2022/2023. Atualmente mestrando em Educação no Programa de Pós Graduação em Educação (PPE/UEM), participante do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Matemática na Infância (GEPEMATI) com objeto de pesquisa e estudos a educação matemática na infância, destinando a atenção para o processo de escolarização na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental e participante da Oficina Pedagógica de Matemática (OPM/UEM) afim de discutir o processo de ensino de Matemática no ensino fundamental.

  • Sandra Regina D' Antonio Verrengia, Universidade Estadual de Maringá

    Professora do Departamento de Matemática da Universidade Estadual Maringá - UEM. Possui graduação em Matemática pela Universidade Estadual De Maringá (2002), especialização em Gestão Educacional pelo Instituto Paranaense de Educação (2007), Mestrado (2006) e Doutorado (2013) em Educação para a Ciência e o Ensino de Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (2006). Atualmente leciona as disciplinas de Estágio Supervisionado I. II, III e IV e Teoria e Prática Pedagógica I, II, III e IV no Curso de Licenciatura em Matemática e as disciplinas de Metodologia do Ensino de Matemática I e II para o Curso de Pedagogia. Coordena o Laboratório de Ensino de Matemática do Departamento de Matemática da UEM no qual desenvolve atividades de formação inicial e continuada, atendendo professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I, II e Médio de Maringá e região. É vice coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Matemática Escolar (GEPEME/UEM). Atuou como vice-presidente do Fórum das Licenciaturas da UEM e também como Coordenadora da Coordenadoria de Apoio à Educação Básica (CAE/UEM) entre 2019-2022. Atuou como docente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I de 2001 a 2015 e no Ensino Fundamental II e Ensino Médio de 2005 a 2017. Participou do PNAIC Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa como formadora de professores. Atualmente desenvolve pesquisas na área de Ensino de Matemática, Formação docente e Uso de materiais manipuláveis e jogos para o ensino de Matemática.

References

ABRANTES, P.; SERRAZINA, L.; OLIVEIRA, I. A Matemática na Educação Básica. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento de Educação Básica, 1999.

ALMOULOUD, S. A. Fundamentos da Didática da Matemática. Curitiba: Editora UFPR, 2007.

ASSIS, E. F. et al. Estudo do senso numérico: aprendizagem matemática e pesquisa em perspectiva. Revista Eletrônica de Educação, v. 14, p. 1– 5, jan./dez. 2020. Disponível em: [Endereço omitido para simplificar]. Acesso em: 12 jan. 2024.

BARBOSA, H. H. J. Sentido de número na infância: uma interconexão dinâmica entre conceitos e procedimentos. Revista Paidéia, Ribeirão Preto, v. 17, n. 37, p. 181–194, 2007. Disponível em: [Endereço omitido para simplificar]. Acesso em: 12 jan. 2024.

BASTOS, C. L; KELLER, V. Aprendendo a aprender. Petrópolis: Vozes, 1995.

BELLINI, M.; RUIZ, A. Matemática: epistemologia genética e escola. Londrina: UEL, 2001.

BIGODE, A. J. L.; GIMENEZ, J. Metodologia para o ensino da aritmética: competência numérica no cotidiano. São Paulo: FTD, 2010.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Notas sobre o Brasil no Pisa 2022. Brasília, DF: Inep, 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEB, 2018.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais (1ª a 4ª série): matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BROUSSEAU, G. Les obstacles epistèmologiques et les problemes en mathématiques. In: BROUSSEAU, G. Théorie des situations didactiques. Grenoble: La Pensée Sauvage, 1998. p. 115–160.

CEBOLA, G. Do Número ao Sentido do Número. Portalegre: Escola Superior de Educação, 2002.

CENTURIÓN, Marília. Conteúdo e metodologia da matemática: números e operações. São Paulo: Scipione, 1994.

CORDEIRO, T. S. P. et al. O Estado da Arte das Pesquisas Brasileiras a Respeito do Cálculo Mental nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I. Jornal Eletrônico de Ensino e Pesquisa de Matemática - JEEPEMA, v. 8, n. 1, p. 100-107, 2024.

CORSO, L. V.; DORNELES, B. V. Senso numérico e a dificuldade de aprendizagem na matemática. Revista Psicopedagogia [online], São Paulo, v. 27, n. 83, p. 298–309, 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862010000200015&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 6 jan. 2024.

DANYLUK, O. Alfabetização matemática: as primeiras manifestações da escrita infantil. Porto Alegre: Sulina, 1998.

ENGEL, G. I. Pesquisa-ação. Educar: Editora UFPR, Curitiba, n. 16, p. 181–191, 2000.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

GÓMEZ-GRANELL, C. Aquisição da linguagem matemática: símbolo e significado. In: TEBEROSKY, A.; TOLCHINSKY, L. (Orgs.). Além da alfabetização: a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. São Paulo: Ática, 2003. p. 257–295.

GRANDO, N. I. Dificuldades e Obstáculos em Educação Matemática. Revista Espaço Pedagógico, Passo Fundo, v. 2, n. 1, p. 109–122, dez. 1995.

KAMII, C. A criança e o número: implicações educacionais da teoria de Piaget para atuação com escolares de 4 a 6 anos. Campinas: Papirus, 2012.

MCINTOSH, A.; REYS, B. J.; REYS, R. E. A proposed framework for examining basic number sense. For the Learning of Mathematics, v. 12, n. 3, p. 2–8, 1992. (Informação da página corrigida, p. 4 geralmente é o início do artigo).

MINAYO, M. C. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,

2001.

NCTM – NATIONAL COUNCIL OF TEACHERS OF MATHEMATICS. An Agenda for Action: recommendations for School Mathematics of the 1980´s. Reston: VA-USA, 1980.

NUNES, T.; BRYANT, P. Crianças fazendo matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

PARRA, C. Cálculo mental na escola primária. In: PARRA, C.; SAIZ, I. Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas. Tradução de Juan Acuña Llorens. Porto Alegre: Artmed, 1996. p. 186–235.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

PIAGET, J.; SZEMINSKA, A. A gênese do número na criança. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.

SCHUBRING, G. A Noção de Multiplicação: um “obstáculo” desconhecido na História da Matemática. Bolema, Rio Claro, v. 15, n. 18, p. 1–28, set. 2002.

SILVA, L. C. C. Ressignificando a construção dos algoritmos de adição e subtração. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Matemática) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2015.

SOARES, M. Alfabetização e letramento. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

TEBEROSKY, A.; TOLCHINSKY, L. (Orgs.). Além da alfabetização: a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. São Paulo: Ática, 2002.

TOLEDO, M.; TOLEDO, M. Teoria e prática de matemática: Como dois e dois. São Paulo: FTD, 2010.

VERGNAUD, G. A criança, a matemática e a realidade: problemas do ensino da matemática na escola elementar. Tradução Maria Lucia Faria Moro. Curitiba: Editora UFPR, 2009.

VERRENGIA, S. R. D’ A.; PAVANELLO, R. M. Linguagem e matemática: uma relação conflituosa no processo de ensino?/. 1. ed. Curitiba: Appris, 2022. 140 p. (Ensino de ciências).

WALLE, J. A. Van de. Matemática no Ensino Fundamental: formação de professores e aplicação em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2009.

Published

2025-09-30

Issue

Section

Pesquisas com Implicações para Sala de Aula

How to Cite

O Ensino dos Números e das Operações: implicações para a prática docente. (2025). Educação Matemática Em Revista, 30(88), 1-25. https://doi.org/10.37001/emr.v30i88.4499