Batalha de permutações: um jogo para abordar combinatória no ensino médio

Resumo

A matemática ensinada na etapa final da Educação Básica pode valorizar o ingresso no Ensino Superior em detrimento ao desenvolvimento do ser social, o que pode favorecer a ênfase nos resultados ao invés de oferecer experiências de ensino que oportunizem aos estudantes estarem no centro do processo de ensino e aprendizagem. Tendo em vista que a abordagem da combinatória no Ensino Médio, pode ser centrada em apresentação de definições e fórmulas, esse artigo tem como objetivo analisar a abordagem do jogo ‘Batalha de Permutações' e suas contribuições e limitações para a aprendizagem de combinatória em uma experiência no Ensino Médio. A aplicação do jogo ocorreu em uma turma do 2º ano do Ensino Médio, e priorizou a interação entre os estudantes e o contato direto com o objeto de conhecimento e o recurso didático utilizado, tornando-os protagonistas na construção do próprio conhecimento. O jogo mostrou-se uma alternativa a esse paradigma educacional, por exigir que os estudantes do Ensino Médio formassem grupos e interagissem entre si, promovendo o desenvolvimento do “ser social”, ao mesmo tempo que, por se tratar de um jogo, permitiu que os estudantes usassem a sua criatividade e desenvolvessem suas habilidades individuais para solucionar problemas de permutação e de permutação com elementos idênticos. Constatou-se que as estratégias adotadas no jogo possibilitaram o uso de representações como o Princípio Fundamental da Contagem, fórmulas e listagens e permitiu a comparação entre algumas delas com o uso de autoavaliação com uso do recurso didático. Como resultado, verificou-se certas características do jogo que podem ser melhoradas e algumas práticas educacionais relacionadas ao assunto trabalhado que devem ser modificadas. Apesar disso, o jogo mostrou-se uma experiência construtiva e que permitiu o desenvolvimento e aprendizado dos estudantes.