Articulações entre uma perspectiva ancestral e discussões sobre coletividade docente

Autores

Palavras-chave:

Colonialidade, Práticas Docentes Compartilhadas, Saberes Docentes, Ubuntu

Resumo

Este trabalho compõe uma agenda de investigação que visa refletir sobre professores e suas produções de saberes. Para isso, partimos do pressuposto de que docentes são sujeitos políticos, que atuam em espaços de tensões coloniais e produzem saberes nas suas práticas, inclusive de maneira coletiva. Em um recorte, aqui objetivamos tensionar articulações entre uma perspectiva ancestral e discussões sobre coletividade docente. Assim, realizamos uma (re)leitura da ideia de Práticas Docentes Compartilhadas (PDC) e, ao final, apresentamos fragmentos de atividades empíricas orientadas por tal discussão teórica. Como resultado, entendemos que a filosofia africana Ubuntu nos traz uma dimensão contracolonial na compreensão de práticas compartilhadas, numa insurgência a dinâmicas coloniais de seres e saberes, inclusive na possibilidade da ancestralidade se contrapor à modernidade.

Referências

Abreu, L. A. F. (2024). Articulações entre teoria e prática no contexto do Ensino Médio Integrado, considerando uma discussão política de formação para o trabalho: coletividade e emergência de saberes docentes. 176f. Tese (Doutorado em Ensino e História da Matemática e da Física). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ.

Bernardino-Costa, J., Maldonado-Torres, N. & Grosfoguel, R. (2020). Introdução: decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. In: J. Bernardino-Costa; N. Maldonado-Torres; R. Grosfoguel (Org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. (2. ed., pp. 09-26). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Bigois, A. & Quintaneiro, W. (2023). Matemática das Encruzilhadas. Periferia, 15, 2023.

Davis, B. (2012). Sublety and Complexity of Mathematics Techers’Disciplinary Knowledge. In: Anais do 12th Internacional Congress Of Mathematical Education. COEX, Seoul, Korea.

Freire, P. (1996). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa (28. ed.). São Paulo, SP: Paz e Terra (Coleção Leitura).

Giraldo, V. & Fernandes, F. S. (2019). Caravelas à Vista: Giros Decoloniais e Caminhos de Resistência na Formação de Professoras e Professores que Ensinam Matemática. Perspectivas da Educação Matemática, 12(30), 467-501.

Maldonado-Torres, N. (2020). Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In: J. Bernardino-Costa, N. Maldonado-Torres & R. Grosfoguel (Org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. (2. ed., pp. 27-54). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Matos, D.; Giraldo, V. A. & Quintaneiro, W. (2021). Relações de Colonialidade que Atravessam Experiências com Matemática(s): tensionando o debate sobre formação de professores. In: Anais do VIII Seminário Internacional de Pesquisa em Educação Matemática (pp. 1626-1639). Uberlândia, MG - online.

Melo, L. M., Giraldo, V. & Rosistolato, R. (2021). Docência compartilhada na formação inicial de professores de matemática: identidade e alteridade. Zetetike, 29(00), 1-16.

Morais, R. F. & Santos, A. C. F. (2017). Lewis Howard Latimer e sua história aprisionada. Física na Escola, 15(2), 19-23.

Nóvoa, A. (2001). Professor se forma na escola. Nova Escola Formação. (142. ed.).

Nóvoa, A. (2019). Os Professores e a Sua Formação num Tempo de Metamorfose da Escola. Educação e Realidade, 44(3), 1-15.

Oliveira, Silas. (2022). Desmond Tutu, teólogo da resistência e da reconciliação. 7 margens, Lisboa.

Ponte, J. P. (2005). A formação do professor de Matemática: passado, presente e futuro. In: Anais do Encontro Internacional em Homenagem a Paulo Abrantes, Educação Matemática: caminhos e encruzilhadas. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Quintaneiro, W., Giraldo, V. A.; Matos, D. & Abreu, L. A. F. Um ensaio sobre práticas docentes compartilhadas (Submetido à publicação).

Ramose, M. B. (1999). African Philosophy through Ubuntu. Tradução de A. Vasconcellos. (pp. 49-66). Harare: Mond Books.

Roque, T. (2012). História da matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.

Tardif, M. (2014). Os professores enquanto sujeitos do conhecimento. In: M. Tardif (Org.). Saberes docentes e formação profissional, (17. ed., pp. 227-244). Petrópolis, RJ: Vozes.

Tardif, M., Lessard, C. & Lahaye, L. (1991). Os professores face ao saber: O esboço de uma problemática do saber docente. Teoria e Educação, (4), 215-233.

Thones, A. P. B. & Pereira, M. A. (2013). Um Entre o Outro e Eu: do estranho e da alteridade na educação. Educação & Realidade, 38(2), 501-520.

Walsh, C. (2017). Pedagogías Decoloniales: práticas insurgentes de resistir, (re)existir e (re)vivir. Serie Pensamiento Decolonial. Equador: Abya-Yala.

Downloads

Publicado

04-11-2024

Edição

Seção

GT 07 — Formação de Professores que Ensinam Matemática

Como Citar

Abreu, L. A. de F. ., Quintaneiro, W., & Peixoto, G. T. B. (2024). Articulações entre uma perspectiva ancestral e discussões sobre coletividade docente. Seminário Internacional De Pesquisa Em Educação Matemática, 1-15. https://www.sbembrasil.org.br/eventos/index.php/sipem/article/view/543